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Projeto de extensão ensina Língua Espanhola para idosos em processo de alfabetização

Data da publicação: 8 de dezembro de 2022 Categoria: Projeto de extensão

Fonte: Divulgando a extensão.

O projeto visa oferecer experiências, ambientadas em situações da vida diária e desenvolver a competência comunicativa, além de proporcionar uma aprendizagem que inclua o aluno da terceira idade à sociedade. As aulas são ofertadas a custo zero para a população, uma contrapartida da iniciativa extensionista ao ensino da língua, pouco acessado por esse público devido a baixa disponibilidade para a faixa etária e alto custo.

Os idosos são o grupo social com a maior proporção de analfabetos no Brasil. Segundo o Instituto Brasilerio de Geografia e Estatística (IBGE), o analfabetismo nessa faixa etária chega ao índice de 18,6%, quase três vezes maior que o de jovens de 15 anos ou mais, que registram 6,8%. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, realizada entre os anos de 2016 e 2018, afirmam que, no Brasil, o analfabetismo está relacionado com a idade.

Diante desse cenário, surgiu o projeto de extensão “Espanhol para a terceira idade”, promovido pela professora do Departamento de Letras Estrangeiras e vinculada aos Cursos de Letras – Espanhol da Universidade Federal do Ceará (UFC), Katia Cilene David da Silva. A ação promove a alfabetização de idosos nos bairros da Serrinha, em Fortaleza. Muito mais que apenas o processo de aprendizagem da escrita e da leitura em sua língua materna, o português, o público do projeto também estuda o espanhol.

O projeto “Espanhol para a terceira idade” surgiu em 2022 com foco em idosos não alfabetizados ou que estão em processo de alfabetização. Segundo as organizadoras, o trabalho cooperativo entre duas línguas, apesar de parecer algo curioso à primeira vista, tem se mostrado um processo de aprendizagem eficaz, que auxilia não só na formação educacional, como na melhoria da perspectiva de uma vida saudável.

A ação busca proporcionar ensino de qualidade e inserção social para membros da terceira idade. As aulas ocorrem todos os sábados e atendem mais de 30 alunos. (Foto: Ana Faely Nobre)

O projeto utiliza atividades lúdicas e interativas como  jogos e músicas para estimular a participação dos alunos. (Foto: Kleber Carvalho)

Essa melhoria pode ser vista no caso de Maria Luiza Mota, de 70 anos, aluna do projeto, que destaca a mudança em sua rotina após o início das aulas. “Era em casa, morgada, cabeça baixa, só televisão… essas coisinhas. Eu tinha medo de sair. ‘Ai eu não vou sair não. O que que uma velha quer… fazer o que?’ Mas aí no momento que abriu essas portas aqui, eu ando pra todo canto”.

Para a coordenadora da ação, Katia Cilene David da Silva, um dos principais benefícios dessa iniciativa é proporcionar uma atividade que torne os idosos mais independentes e ativos em sociedade. “Não é só a questão da aprendizagem da língua, mas a questão da inserção social mesmo. Tem toda a questão da interação, do compartilhamento de aprendizagens que eles já trazem entre o próprio grupo”.

O graduando em Letras e professor-bolsista do projeto, Carlos Ferreira, também compartilha com a coordenadora da ação a opinião sobre a importância do aprendizado na inserção dos idosos na sociedade. “O espanhol também vai proporcionar isso, que a gente tenha maior contato com eles, que eles sintam que fazem parte da comunidade”. O projeto também promove a oportunidade de alunos dos Cursos de Letras Espanhol vivenciarem a prática docente e difusão da língua e cultura espanholas.

Ação em bairros com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

Além dessa interação, o projeto também busca beneficiar idosos de bairros menos assistidos pelas políticas públicas de Fortaleza. Ambos os bairros acompanhados pelo projeto estão entre os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) da capital. Esse índice analisa e elenca os níveis de padrão de vida daquele local, a saúde e longevidade, a qualidade de uma vida saudável e o acesso à educação por crianças, jovens e adultos.

De acordo com a pesquisa “Desenvolvimento humano, por bairro, em Fortaleza”’, realizada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, no ranking de bairros por IDH, o Vila União ocupa a 35ª posição, com um IDH de 0,47, e o bairro Serrinha é o 80ª colocado, com IDH de 0,28.

No dia 9 de julho, foram entregues além do costumeiro lanche, doações de ovos de codorna e mousses. (Foto: Ana Faely Nobre)

O resultado tem sido positivo e pode ser visto no aprendizado dos idosos nas aulas. Para a pedagoga Celeste Davi, as aulas de língua estrangeira foram fundamentais no desenvolvimento da turma. “Com a vinda do espanhol, deu uma acelerada muito grande, porque eles têm curiosidade e ele [Carlos] sempre tá trabalhando junto comigo. Por isso, a aprendizagem tem sido uma maravilha”.

Celeste é a professora responsável pelas aulas de português na comunidade da Serrinha e destaca o bom ambiente dos encontros. “A gente trabalha muito com prazer. Quem vem pra cá tem prazer de vir e a gente sente isso. A gente sai daqui renovada com as energias. A gente sai daqui satisfeito porque viu resultado”.

A turma localizada na Serrinha é composta majoritariamente por mulheres (Foto: Arquivo pessoal)

CONTATO:

E-mail: katiacilenedavid@yahoo.com.br

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